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Feijoada com história



“O vaivém dos navios lusitanos, há 500 anos, deixou rastros onde lançaram âncoras. Entre eles a arquitetura, a língua e as práticas culinárias.”
No Brasil, uma das maiores heranças dos colonizadores é a feijoada.
Sempre se ouviu dizer que a receita surgiu das senzalas, elaborada com sobras de víveres, entre eles os suínos rejeitados pelo senhorio. Ledo engano. A origem da feijoada deve ser creditada à pratica européia da culinária. Sabe-se por registros que miúdos de animais como rins, fígado, língua, miolos, tripas, pés, orelhas, rabos e toucinho de porcos serviam para embutir recheios de alheiras e outras carnes e são considerados iguarias em Portugal. Entre o inicio do século XVIII e fim do XIX, auge da sociedade escravista, a escassez de alimentos primários, como a carne fresca, era grande devido a monocultura e ao precário manuseio na criação de animais... Não havia fartura e o abate era bastante controlado. O negro era a mão de obra principal, a força produtiva. Seu preço era alto e não podia ser simplesmente tratado com restos. Obrigatoriamente os escravos eram tratados três vezes ao dia sempre a base de milho, mandioca e vez ou outra feijão preto, tudo cozido em caldo temperado com gordura e sal.
O nome “feijão” apareceu registrado pela primeira vez em Portugal no século XIII, 300 anos antes do descobrimento do Brasil.